sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Wikileaks – Existe mesmo liberdade?

Não conheço quase nada de Julian Assange e um pouco sobre o WikiLeaks, uma organização sem fins lucrativos que está abalando o mundo.Em síntese, Julian A. é o fundador do site, existente há quatro anos, que divulga informações sigilosas de suposto interesse público.
Depois de divulgar, sem muita repercussão, alguns documentos da guerra no Iraque, o WikiLeaks vazou cerca de 250.000 documentos de comunicação entre embaixadas dos Estados Unidos. Foi o bastante para que uma implacável caçada ao site e ao seu fundador fosse empreendida globalmente.
Por isso o primeiro link não funciona mais. O site era hospedado em um servidor da Amazon, que, com a repercussão do caso, resolveu tirá-lo do ar. Depois disso, o PayPal, site de transações financeiras, também passou a boicotar o WikiLeaks, impedindo assim que doássemos dinheiro para este por meio dos seus sistemas.
Mais implacável ainda, as bandeiras Mastercard e Visa, que tinham contrato com a WikiLeaks, decidiram encerrar a parceria, estrangulando ainda mais a parte mais sensível do site, o financiamento (mas ambas aceitam doações para organizações inofensivas como… a Klu Klux Klan). Se quiserem ver até que ponto chegou a caçada, o banco suíço que tinha Julian A. como correntista bloqueou a conta do fundador. Querem matar o site por inanição financeira.
Ação ágil, a despeito da pretensa neutralidade suíça e os tortuosos e lentos caminhos que um país qualquer tem de enfrentar para ter acesso a dados de movimentações financeiras num banco suíço, mesmo com provas de dinheiro sujo, vindo de tráfico de drogas, de mulheres ou de armas. A mesma Suíça que relutou em procurar em seus bancos contas-corrente que financiavam a Al-Qaeda.
Paralelamente, a Suécia, onde a WikiLeaks tinha sede, emitiu um pedido de prisão para a Interpol por um suposto crime de estupro, ou transar sem camisinha – ou de ambos. A essa altura, Julian A. tinha virado um fugitivo internacional, como Joseph Mengele ou Viktor Bout. O Facebook e o Twitter deletaram os perfis de grupos de ativistas que apoiavam Julian A. Uma caçada global e impiedosa contra uma pessoa que cometeu o pior dos crimes: abrir arquivos dos Estados Unidos.
Na manhã de terça-feira (07), ele se entregou em Londres, sem direito a sursis, e ficará em custódia pelo menos por uma semana. Depois, seu futuro é incerto, podendo ser, inclusive, deportado para os Estados Unidos.
Institucionalmente, quase ninguém se manifestou sobre a arbitrariedade da prisão e o absurdo dessas ações de caça. A Repórtes sem Fronteiras manteve o mais absoluto silêncio, assim como outras entidade de defesa da liberdade de expressão. Os chefes de Estado, em geral, se apressaram para criticar o WikiLeaks, e alguns políticos, como Sarah Palin, pediram a cabeça de Julian A., literalmente. Uma das honrosas excessões foi o presidente Lula, que em discurso nesta quinta-feira (09) defendeu com veemência a liberdade de expressão e cobrou uma reação dos veículos de comunicação a favor do “rapaz” do WikiLeaks.
A reação não tardou, e pessoas em todo o mundo atacaram os sites do paypal, da Mastercard, da Visa, do sistema financeiro suíço e da Justiça sueca. Hackers do mundo todo estão sobrecarregando os servidores desses órgãos na tentativa de derrubá-los, e com relativo êxito, no que foi chamado de operação payback (Leia aqui o manifesto), e sites-espelhos do WikiLeaks estão se proliferando na rede, divulgando as informações que esses governos, e muitos outros, não querem que sejam espalhadas.
Como disse, pouco sei quais seriam os propósitos de Julian A., se desestabilizar o governo de Obama em prol dos histéricos neo-cons ou se ele se imagina como um Codinome V, realmente lutando por transparência nas ações dos governos, com todas as contradições e idiossincrasias.
O fato é que a primeira guerra cibernética está em curso, como mostram as uniões de governos e de grandes empresas e, do outro lado, os outroras dissipados e concorrentes hackers.
A caça a Julian A. e ao WikiLeaks é uma forma de caça à rede, e as ações tendem a ser cada vez a seguir a tentativa de fechar o circuito. Como reza a 3ª Lei de Newton, caberá reações em igual intensidade e em sentido contrário.
De qualquer maneira, Julian A. ganhou a primeira batalha. Os governos agora temem a população, e não o contrário. Longe de tentarem se explicar, de debaterem o teor dos documentos vazados e o porquê das suas ações, criminalizaram a organização. Governos que, em nome de qualquer coisa, segurança nacional, do cuidar da população, se põem como altruístas, como sendo nós mesmos.
Para eles, que talvez evoquem o nosso nome num julgamento de Julian A., ou de qualquer outro criminalizado, deixo uma velha frase de Nietzsche: “O Estado é o mais frio dos monstros, da sua boca sai a seguinte mentira: Eu, o Estado, sou o povo.”

WALTER HUPSEL . 09.12.10 - 13H34 – YAHOO NOTÍCIAS - HTTP://COLUNISTAS.YAHOO.NET/POSTS/7003.HTML

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Top 10 – Projeto Desafio

Top 10 – Projeto Desafio

Rk

Aluno

Turma

Total de questões

Número de acertos

Média %

Thaís Ramalho

901

30

29

97%

Rubens Júnio

801

30

25

83%

Daniela Frazão

901

30

25

83%

Fernanda Stefane

901

30

24

80%

Kathleen Larissa

901

30

22

73%

Gabriela Aparecida

801

30

21

70%

Keila Aparecida

901

30

21

70%

Franklin Cardoso

801

20

19

95%

Bruna de Castro

902

30

19

63%

Rodrigo Reis

901

20

18

90%

Ana Isabel

901

20

18

90%

Ludmila Tavares

801

20

17

85%

Texto B4 - O conceito de Revolução

O conceito de revolução

Os historiadores são muito cuidadosos no emprego de conceitos e se esforçam para usá-los corretamente. Guerra não é a mesma coisa que revolução. Guerra é um conflito armado entre duas ou mais nações ou entre grupos diferentes dentro de um mesmo país (neste caso, fala-se em “guerra civil”). Estudamos numerosas guerras na História, como, por exemplo, a guerra dos Cem Anos (entre França e Inglaterra, no final da Idade Média) e a Guerra dos Mascates (entre comerciantes e senhores de engenho em Pernambuco, no século XVII).
Hoje, os historiadores chamam de revolução às transformações profundas (políticas, econômicas, técnicas, de valores, costumes etc.) que provocam a destruição total ou parcial da velha ordem e a substituição por uma nova ordem. A Revolução Francesa, por exemplo, pôs fim ao Antigo Regime da Idade Moderna, substituindo-o por um governo constitucional e representativo. A independência dos Estados Unidos, por sua vez, foi um movimento da História que destruiu a velha ordem colonial e implantou uma república apoiada em uma constituição. Por isso, mais do que uma guerra, foi uma revolução.
Uma transformação radical pode acontecer sem conflito armado, e, sobre isso, há numerosos exemplos na História. A descoberta da agricultura e a domesticação de animais, na Pré-História, desencadearam a Revolução Neolítica, assim chamada pelas amplas consequências que provocou na vida humana. O Iluminismo é considerado por muitos historiadores como uma revolução intelectual. No final do século XVIII, a Inglaterra passou pela Revolução Industrial. Mais recentemente, fala-se em revolução científica, em revolução sexual etc. Toda vez que técnicas, costumes, tradições ou valores que eram dominantes são substituídos por outros, alterando profundamente a vida das pessoas e as relações entre elas, nós usamos a palavra revolução.
Toda sociedade tem regras, convenções e leis criadas pelos próprios membros, que a elas obedecem em comum acordo. Mas, assim como criamos a sociedade em que vivemos, também podemos transformá-la e estabelecer um novo tipo de sociedade. Deixamos de obedecer às leis da velha ordem porque não acreditamos mais nelas. Os Iluministas, por exemplo, inspiraram a Revolução Francesa porque apresentaram razões que contestaram a autoridade do rei absolutista e, ao fazê-lo, exigiram um novo tipo de política, com outras regras e outras convenções sociais.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Texto A5 - A Guerra Fria

A Guerra Fria

A disputa entre Estados Unidos e União Soviética pela liderança mundial levou as duas potências à corrida armamentista. Em 1949 a União soviética fez seu primeiro teste bem-sucedido com a bomba atômica.

Temendo o avanço tecnológico do inimigo, o governo americano estimulou a pesquisa de armas mais mortíferas. Desde então, americanos e soviéticos tentaram superar uns aos outros em tecnologia e armamentos.

A corrida armamentista levou à conquista do espaço. A União Soviética foi duplamente pioneira – com o Sputnik 1, o primeiro satélite artificial, em 1957, e com a nave espacial Vostok 1, pilotada por Iuri Gagarin, o primeiro homem a viajar no espaço. Em 12 de abril de 1961, a viagem de Gagarin durou aproximadamente duas horas e completou uma volta em órbita da Terra, a pouco mais de 300 mil quilômetros de altitude. Menos de dez anos depois, em 1969, um astronauta americano pisaria na lua.

A tecnologia espacial levou à criação do ICBM, míssil balístico intercontinental que, lançado de uma base terrestre ou naval, atingia um alvo a milhares de quilômetros. Logo se inventou o míssil antibalístico, capaz de detonar um míssil inimigo antes que ele atingisse o alvo.

Bases de lançamento foram construídas nos países da OTAN e do Pacto de Varsóvia, para os mísseis americanos e soviéticos, respectivamente.

A disputa armamentista colocou o mundo sob a ameaça de uma guerra nuclear, capaz de destruir a humanidade. Chamou-se Guerra Fria a esse período de permanente tensão mundial (1947 a 1989), em que ocorreu uma intensa disputa econômica, diplomática e tecnológica entre Estados Unidos e União Soviética pela hegemonia mundial.

Nessa guerra, uma eficiente arma para destruir o bloco rival foi a propaganda. Os países capitalistas exaltavam a liberdade de expressão, a facilidade de consumo e as oportunidades de enriquecimento oferecidas a todos. Apregoavam que no comunismo não havia liberdade e o Estado controlava tudo.

A propaganda soviética denunciava as enormes desigualdades sociais, o desemprego e a decadência moral (prostituição, drogas, pornografia etc.) do mundo capitalista. Ressaltava a superioridade do regime comunista, em que o Estado garantia emprego, educação e moradia para o cidadão.

Texto A4 - A África do Sul e o apartheid

A África do Sul e o apartheid

Após 1920, a minoria branca da África do Sul, de origem inglesa e holandesa, promulgou uma série de leis com o objetivo de consolidar o seu poder sobre a maioria negra, cerca de 70% da população. A política de segregação racial recebeu a denominação de apartheid e foi oficializada em 1948. Houve a separação radical entre brancos e negros.

A oposição ao apartheid teve início na década de 50, quando surgiu o CNA, Congresso Nacional Africano, uma organização negra que defendia a oposição pacífica ao regime de segregação.

Em 1960, o CNA foi considerado ilegal e em 1962, o seu líder, Nelson Mandela, preso e condenado à prisão perpétua.

Em 1989, com a subida do presidente Frederick de Klerk, foram tomadas as primeiras medidas efetivas para a integração do negro na sociedade sul-africana. No ano seguinte, o CNA recuperou sua legalidade e Mandela foi libertado.

Em 1992, foi realizado um plebiscito só para a população branca, com o objetivo de se conhecer sua opinião sobre as reformas. O resultado foi que 69% manifestou-se a favor do fim do apartheid.

Em 1994, realizaram-se as eleições convocadas por De Klerk, as primeiras para um governo multirracial. Nelson Mandela foi eleito presidente, pondo fim ao domínio da minoria branca. Graças à política adotada, De Klerk e Mandela ganharam o prêmio Nobel da Paz.

Texto B3 - A Revolução Norte-Americana

A Revolução Norte-Americana


As 13 colônias britânicas na América foram as primeiras a se tornar independentes no novo mundo.

Foi significativa a influência do Iluminismo no processo de libertação da América, à qual se somaram outros fatores.

As relações entre colonos e a metrópole tornaram-se críticas na segunda metade do século XVIII (18), quando a Coroa mudou a política tributária, aumentando os impostos, a fim de restabelecer-se financeiramente, por causa do alto custo da Guerra dos Sete Anos (1756-1763).

Nessa guerra, os colonos ingleses haviam ajudado a Inglaterra a conquistar possessões francesas a norte e a oeste das colônias.

Em 1764, a Inglaterra impôs a Lei do Açúcar (Sugar Act), elevando o valor dos tributos sobre o açúcar e derivados da cana que não fossem oriundos das Antilhas britânicas.

Em 1765, criou a Lei do Selo (Stamp Act), determinando que todos os documentos, jornais e livros só podiam circular se fossem selados com o timbre do governo inglês.

Os colonos reagiram invadindo casas de fiscais e queimando documentos selados em praça pública. Declararam que a Inglaterra não tinha o direito de impor sanções às colônias, já que elas não tinham representação no Parlamento inglês.

O governo inglês eliminou a Lei do Selo, mas, dois anos depois, elevou os impostos de importação sobre o chá, o papel, o vidro e as tintas.

Influenciado pela burguesia, o povo reagiu, realizando vários protestos públicos. Em um deles, três manifestantes foram mortos pelas tropas inglesas. Esse episódio é conhecido como o Massacre de Boston.

O governo inglês reagiu. Decretou, em 1774, as Leis Intoleráveis, determinando o fechamento do porto de Boston e o pagamento de uma indenização pelo chá. Houve também o reforço das tropas oficiais nas colônias.

Estava deflagrado o conflito entre os colonos e a metrópole, que acabou levando à independência das 13 colônias. A partir da decretação das Leis Intoleráveis, as 13 colônias inglesas deixaram de reivindicar apenas mudanças na política econômica da Inglaterra em relação a elas e passaram a tomar outras medidas contra as pressões da metrópole.

Texto B2 - A colonização da América do Norte.

A colonização na América do Norte


A partir do século XVII (17), além de portugueses e espanhóis, emigrantes de diversos países europeus começaram a povoar a América. Os franceses fundaram Quebec (1608) e Montreal (1642), no atual Canadá, onde exploraram o comércio de peles com os indígenas. Em 1682, ocuparam o território ao longo do Mississipi, instalando a colônia de Louisiana.

Os holandeses se fixaram no atual Suriname e em ilhas do Caribe, onde cultivaram cana-de-açúcar. Em 1626, fundaram Nova Amsterdã, perdida para os ingleses quatro décadas depois e rebatizada de Nova Iorque.

Os ingleses ocuparam a costa atlântica dos atuais Estados Unidos, onde estabeleceram as chamadas treze colônias Inglesas da América. Na primeira metade do século XVIII(18), as treze colônias desenvolveram dois tipos distintos de colonização.

No norte, os colonos eram, em sua maioria, descendentes de puritanos e de quakers que, para escapar às perseguições políticas e religiosas na Inglaterra, decidiram começar uma nova vida na América. Em pequenas propriedades rurais, praticavam uma agricultura diversificada e criavam porcos, empregando trabalhadores livres e assalariados. Ergueram escolas, oficinas, pequenas lojas e armazéns. Em suas cidades, trabalhavam advogados, médicos, professores, ferreiros, comerciantes etc. Por essas características, as colônias nortistas foram chamadas de colônias de povoamento.

Já no sul, formaram-se colônias de exploração. O clima subtropical favorecia o plantio de tabaco, arroz, algodão e anil, que foram cultivados em latifúndios monocultores escravistas. Esses produtos eram exportados para a Inglaterra e beneficiados pelas fábricas inglesas. Além de fornecedoras de matéria-prima, as colônias do sul eram, também, consumidoras dos produtos da Metrópole. Por serem mais lucrativas do que as do Norte, as colônias sulistas sofriam maior fiscalização do governo inglês, que exigia o cumprimento rigoroso do pacto colonial.

Logo surgiu o comércio entre as Treze Colônias. Navios das colônias do norte levavam madeira, cereais, roupas e tecidos para vender no sul e nas Antilhas – a preços mais baratos que os da Metrópole. Dos sulistas, as colônias do norte compravam rum, melaço, açúcar e algodão. Depois, os nortistas trocavam rum por escravos, na África, e os revendiam para os sulistas. Nesse comércio triangular lucravam os colonos e perdia a Metrópole.