segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Projeto Desafio

Projeto Desafio


O que é?

• O projeto desafio consiste na montagem semanal de um “quiz” (questionário) de 10 (dez) perguntas de múltipla escolha, onde os alunos serão testados em seus conhecimentos de história.

Como funciona?

• Na última aula da semana, o professor distribuirá gabaritos aos alunos. Neles os alunos terão 10 (dez) colunas numeradas e 4 (quatro) linhas identificadas de “A” a “D”, onde farão a marcação das respostas. Haverá um espaço próprio em cada gabarito para a inclusão dos nomes dos alunos e também das respectivas turmas. Cada gabarito deverá ser identificado pelo próprio aluno com a numeração da atividade.

• Distribuídos os gabaritos, o professor inicia a sequência de perguntas no computador, que serão exibidas em “slides”, uma a uma, no telão.

• O professor se posiciona de frente para a turma, ou no fundo da sala, afim de evitar “fraudes”.
• As questões podem ser passadas em tempo definido, tanto pela contagem do professor, quanto do programa (que possui essa função para as exibições de “slides”).
• A sugestão é de 15 segundos para a exibição das perguntas...


e mais 30 segundos para a exibição das opções de resposta (juntamente com a pergunta).


 • Encerradas as perguntas e a exibição de slides, os gabaritos serão recolhidos.

• Na sequência, o professor exibe novamente os slides, dessa vez com a resposta correta marcada.



• Tanto professor quanto alunos podem fazer a correção dos gabaritos, sendo que, para que seja feita pelos últimos, os mesmos deverão ser trocados entre os colegas.

Quais os objetivos?

• Desafiar os alunos a testar rotineiramente os conhecimentos adquiridos, avaliando-os e reavaliando-os de maneira prática, rápida e sistemática.

• Aumentar o interesse dos alunos em relação à leitura e compreensão dos textos, trazendo a eles um objetivo claro e direto.

• Substituir determinadas práticas que, embora necessárias, atrasam o processo de transmissão do conhecimento, como o “visto” aplicado nos cadernos.

• Modificar, a partir da análise das avaliações sistemáticas, a maneira como se procedem os métodos didáticos, afim de se obter resultados melhores.

Quais as ferramentas?

• Projetor (data show)

• Computador (portátil)

• Tela de projeção

• Gabaritos (cópias em papel comum)

Quais as justificativas?

Em meu trabalho como professor, pude constatar a existência de diversos problemas relacionados à forma como são educados os jovens e à maneira como eles se interessam ou desinteressam pelo aprendizado.

Inicialmente, vale salientar que em escolas públicas de periferias pobres, são mínimos os casos em que a família trabalha de maneira conjunta com a escola, sendo que a maioria dessas famílias possui as mais diversas alegações para não se comprometer com o aprendizado de seus filhos, desde a falta de conhecimento, passando por indisponibilidade, até chegarmos ao mero descaso. Outros acreditam que a maneira de se corrigir indisciplinas e desinteresses é através de atitudes ultrapassadas, como castigos físicos e psicológicos.

Tomando por base que a intervenção familiar tem se tornado mecanismo ineficiente, a escola necessita se adaptar à sua própria realidade e fazer uso de mecanismos que, se não substituem, pelo menos minimizem a ausência desses fatores externos de estímulo. Sendo assim, a motivação constante do aluno é essencial dentro da escola e é preciso encontrar meios para que isso seja feito.

O uso da conscientização é outra forma ineficaz de intervenção, uma vez que são poucos os jovens que conseguem por si só abstrair a realidade em que se encontram e almejar outra, que se constrói a partir do estudo. Existem sim os alunos que vislumbram a importância do aprendizado mas, de forma geral, não se consegue imprimir uma abstração a ponto de convencê-los que o uso do conhecimento adquirido é condição indispensável para uma melhor qualidade de vida, tanto no presente quanto no futuro.

Não descartando as propostas de intervenção acima mencionadas, mas tentando explicitar a importância em se estabelecer métodos mais efetivos de estímulo aos jovens, proponho a utilização de um mecanismo corriqueiro, mas que pode ser readaptado, tanto à nova realidade das mídias, quanto à realidade social da qual estou tratando.

Os jovens estão constantemente se desafiando, principalmente na fase da adolescência. Desafiam aos colegas, aos pais, aos professores e a si mesmos. Estão formando sua personalidade e a contestação a tudo e a todos é freqüente.

Esse projeto tem a pretensão de canalizar certa parte desse comportamento peculiar para o aprendizado, fazendo com que os alunos se empenhem em responder aos desafios, superando-se e superando os próprios colegas. Não cabe aqui a tentativa de rivalizar, ou levá-los a uma competição desarmônica. Essa competição maléfica já existe. Ela é latente e perceptível, mas ocorre ocasionalmente e sempre no intuito de diminuir os colegas, quando esses realizam avaliações e não conseguem obter notas satisfatórias. Há um nivelamento “por baixo”, tentando ser “menos ruim” que o outro. A proposta aqui é sistematizar a avaliação tornando-a formativa, como já observou o americano Michael Scriven, em 1967, em seu livro Metodologia da Avaliação. Segundo Scriven, “só com a observação sistemática o educador consegue aprimorar as atividades de classe e garantir que todos aprendam”.

Sendo assim, o primeiro passo a ser dado é o diagnóstico do aprendizado. Se ele efetivamente ocorre e qual a sua eficácia. O segundo passo é a objetividade, colocando em curto prazo a obtenção de resultados, o que atrai aos jovens, graças ao seu dinamismo. O terceiro passo é a mudança de comportamento e a quebra de paradigmas do próprio educador, que necessita estar constantemente “inovando” e renovando seu material, ao invés de cair na mesmice de procedimentos, que é comum com o passar dos anos. O quarto e mais complicado passo é fazer com que essa proposta atraia os alunos e os faça desejar a obtenção de conhecimento para vencer os desafios apresentados. O quinto e último é aproveitar-se desses instrumentos e utilizá-los também como método de ensino e não apenas de avaliação.

Aplicação

Atualmente, venho aplicando o projeto em quatro turmas, duas de nono ano e duas de oitavo ano. A introdução do questionário agrada a uma parcela significativa dos alunos, que realmente se sente desafiada e corresponde às expectativas.

Utilizando textos razoavelmente curtos, de aproximadamente uma página, sempre dentro do conteúdo da matéria em estudo, consigo com que grande parte desses alunos se empenhe na leitura do texto, fazendo com que eles mesmos se imponham uma condição de concentração e disciplina necessários.

Através desse trabalho, temos conseguido melhorar gradativamente o desempenho desses alunos, fazendo com que eles se interessem cada vez mais pelos resultados e se dediquem aos textos.

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